Professores do Colégio GGE, Carlos Japwwa (Física) e Fábio Costa (Química) reforçam que o fera pode seguir fazendo exercícios anteriores, com foco nos assuntos mais recorrentes do Enem – veja infográfico abaixo. “O aluno deve valorizar o que a estatística dos anos mostra”, diz Japwwa. “Nesta reta final, uma das técnicas é fazer exercícios, focando nos assuntos que mais caem. Assim, o aluno se torna mais competitivo”, continua o professor.
“O nível da prova ter aumentado foi bom. O aluno começou a se dedicar mais à disciplina de Química”, acrescenta Costa, reforçando que o Enem relaciona os assuntos ao cotidiano, e é aí que está o desafio. “Quando o aluno vê essa aplicabilidade entre o que ele estudou e o que está vendo na prova, funciona”.
Fábio Costa concorda que é preciso dar atenção aos assuntos recorrentes e à resolução de questões. “Revisão, agora, só em cima de exercícios. Tentar abarcar a teoria vai angustiar o candidato. Treine também as conexões entre o que é estudado com as demais disciplinas”.
Alertas e críticas
Japwwa não está no grupo de entusiastas do formato do Enem – pelo menos da forma como é cobrada a Física.
“O tipo de construção do texto, na prova, leva o aluno ao erro. Dizia-se que o Enem ia acabar com cascas de banana, mas virou um bananal, pois existe muita interpretação de texto. Além disso, a abordagem é superficial, embora algumas questões de cunho teórico mais avançado tenham sido abordadas”, analisa.
Costa diz ainda que o Enem perdeu a identidade, a proposta inicial. “Inicialmente, o Enem era um processo avaliativo para o aluno que saía do Ensino Médio. Em seguida, passou a ser um processo seletivo para ingresso no ensino superior, e foi quando perdeu sua essência”, diz o professor, relembrando que, há dois ou três anos, a então presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Maria Inês Fini, pretendia retomar a essência do exame.
Há ainda questões longas demais, o que torna inviável a relação “número de questões” x “tempo de execução da prova”. “Certa vez caiu uma questão sobre Lei de Fourier que exigiu tempo demais do aluno. Considero que a prova é desonesta. É preciso que ela seja mais humana, mais possível”, diz Japwwa. Costa concorda e diz que as questões de Química são difíceis para a média dos alunos. “São 45 questões, cada uma teria 3,5 minutos para ser respondida”, calcula.
“O estudante, ao pegar a prova, na teoria, não deveria saber que questão cabe a cada disciplina. Se o Enem fizesse uma prova como ele se propôs, no início, a gente olharia e diria: ‘é física, química ou biologia?’ E não saberíamos. Hoje em dia, não há dificuldade para identificar. O Enem se tornou um ‘vestibularzão’, ficou mais conteudístico. Considero que este modelo seria um ‘novo Enem’ – que de novo não tem nada”.
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