Promover momentos em família se tornou uma regra neste período de isolamento social. Os alimentos podem ser inseridos nesta programação. “As crianças aprendem brincando e é assim com a nutrição também. Por que não inserir uma receitinha de um alimento novo no meio da programação? É o momento de aproveitar as ocasiões em família para provarem algo novo vendo um filme ou testando um jogo novo, por exemplo”, orienta a nutricionista infantil e professora de Educação nutricional do GGE, Nancy Pernambuco.
O primeiro passo neste processo é criar uma rotina alimentar, já que as crianças são habituadas a seguir os horários, assim como os cardápios da família e da escola. Então, mesmo no momento do confinamento, é importante tentar não mudar muito a programação que é feita quando as atividades acontecem fora de casa. Com essa rotina estabelecida, os pais podem tentar aos poucos introduzir novos alimentos na dieta da criança.
Uma boa dica neste processo é pedir para que ele dê uma aula sobre aquele alimento novo respondendo a perguntas básicas como: Qual sabor ele tem? Qual textura? Qual a cor?
“Fazer da refeição um momento de prazer é um passo essencial. Assim, as crianças aceitarão os alimentos com muito mais facilidade”, diz Nancy Pernambuco.
De acordo com a especialista, quanto mais contato a criança tem com o alimento, mais curiosidade em prová-lo ela terá.
“Conte histórias em que esses alimentos estejam presentes, deixe a criança participar da produção da lista de compras da casa, deixe a criança guardar os alimentos com você, higienizá-los, brincar de conhecê-los. Façam receitas juntos, sempre introduzindo o alimento que deseja oferecer. Além disso, o mais importante é lembrar que os pais são exemplos. As crianças vão sempre reproduzir o que os pais fazem”, alerta.
No GGE, os alimentos são abordados dentro do programa de Educação Nutricional voltado para a Educação Infantil. São aulas semanais, com duração de 30 minutos por turma, onde são realizadas atividades lúdicas, contação de histórias e brincadeiras visando o aprendizado sobre alimentação adequada, equilibrada e saudável. “O programa também conta com acompanhamento do estado nutricional anual das crianças e com orientações sobre lanches saudáveis para os pais e responsáveis”, relata Nancy Pernambuco.
Segundo ela, os pais podem contribuir com o projeto dando continuidade a esse exercício no dia a dia das crianças. “Quando existe uma sintonia entre família e escola o trabalho da educação nutricional flui muito mais rápido e se torna eficaz”, ressalta. É bom lembrar que todos os grupos alimentares são importantes para que a criança tenha uma alimentação balanceada. “Cada um tem um papel relevante no crescimento das crianças. Com uma alimentação equilibrada e variada você consegue ofertar todos os grupos alimentares”, orienta Nancy. Uma dica para facilitar a organização e a compra dos alimentos é a elaboração do cardápio semanal. Neste ponto, a criança pode contribuir opinando sobre as escolhas e, neste momento, os pais podem aproveitar para inserir novos itens. “Faça combinações entre os alimentos construtores (proteínas), alimentos repositores (vitaminas e minerais) e alimentos energéticos (carboidratos e lipídios)”, orienta a nutricionista.
Outro ponto importante é sempre oferecer os alimentos às crianças, mesmo que elas já tenham rejeitado o item outras vezes. Isso porque estudos comprovam que devemos oferecer mais de 20 vezes um determinado alimento para a criança antes de saber se ela realmente não gosta.
“O ideal é não forçar e não fazer desse momento algo traumático. Seja criativo nos preparos, ofereça de formas diferentes e haja com naturalidade no momento da oferta”, pontua Nancy, completando que a oportunidade de estar em casa é um ótimo momento para ampliar o convívio e a interação.
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